Relacionamento monogâmico ou poligâmico

O que é relacionamento monogâmico?

A monogamia é a forma de se relacionar onde o casal se envolve apenas entre si, há exclusividade, fidelidade e acordos a serem cumpridos. Qualquer terceira pessoa na relação é vista como traição. 

A monogamia é mais que uma espécie de relacionamento, é um regime social. Atualmente muito questionado, visto que a monogamia não protege a pessoa de uma traição. 

Toda a base de construção da nossa história foi desenhada pela família monogâmica, nuclear, onde havia pai, mãe e filhos. Era a única forma de ter um relacionamento romântico. Relacionamentos pautados nos felizes para sempre, era o que os contos de fadas incentivavam. 

A monogamia é vista como normal, é mais aceita socialmente e culturalmente. É como ouvimos histórias de como os nossos avós e avôs se conheceram e se casaram, ficando juntos até o fim dos seus dias e tiveram mais de dois filhos. As famílias grandes eram mais comuns e o matrimônio era para sempre. 

A ideia de casar para sempre com alguém, de manter o juramento “até que a morte nos separe” atrai algumas pessoas e repele outras, ainda vivemos em uma sociedade que valoriza muito o matrimônio e idealiza o par perfeito, a pessoa que te completará. Graças aos contos de fadas e aos desenhos da Disney, temos uma ideal de par ideal que por vezes pode ser inatingível e até mesmo frustrante. 

Muitas pessoas por anos seguiram a monogamia compulsória, ou seja, em caráter obrigatório, pois era a forma mais aceita na sociedade. O que nos leva a entender que a monogamia não contempla a todos. 

Mas com o tempo e a modernidade passaram a surgir novas formas de se relacionar, e começamos a dar nomes a elas. Poliamor, não monogamia, relacionamento aberto, trisal. Esses são modelos que prezam pela liberdade, apesar de também possuírem regras. 

A crítica sobre a monogamia vem justamente das questões ansiogênicas e controladoras que vem junto com ela, além de ver a mulher como propriedade.

Mas precisamos entender que o que é bom para um, para outro pode ser ruim. Não há uma forma certa ou errada de se relacionar, há apenas formas de se relacionar. E cada um deve seguir a forma que mais se encaixa.  

No amor não é uma receita de bolo, as formas de amar são múltiplas.

Qual a diferença entre relacionamento aberto e não monogamia?

O relacionamento aberto é um tipo de relacionamento não monogâmico onde há um casal que se envolve romanticamente e sexualmente entre os dois, mas eventualmente tem parceiros sexuais ou afetivos. 

No relacionamento aberto há acordos entre o casal que podem variar, respeitando os limites e interesses dos dois. Portanto, há um limite quanto à liberdade do outro dentro da relação. 

Inclusive existem outros tipos de não monogamia:

Existem os swingers: fazer troca de casais, em locais específicos em momentos específicos, mas mantém o relacionamento fechado. Os membros só podem fazer sexo com outra pessoa com o parceiro ou parceira presente. 

Poliamor: no poliamor a pessoa tem mais de uma relação amorosa, isso mesmo, se relaciona afetivamente e sexualmente com mais de uma pessoa, num relacionamento sério. Para isso é importante ter muita comunicação e expressar bem os sentimentos. Dentro do poliamor existem relações hierárquicas e não hierárquicas, que envolve uma relação principal ou parceiros em igualdade.


Como saber se sou monogâmico?

Como a monogamia é um modelo tradicional de relacionamento e comum, é mais fácil identificar quem é monogâmico: 

  • Se você se sente bem tendo uma relação exclusiva com uma pessoa
  • Se você sente ciúmes da pessoa com quem está
  • Se você consegue se relacionar apenas com uma pessoa de cada vez
  • Quando você se apaixona por alguém, quer apenas aquela pessoa
  • Se você não se imagina tendo uma terceira pessoa no relacionamento ou não sente vontade
  • Se funciona mais para você os modelos tradicionais de relacionamento
  • Se você não se sente bem ao imaginar seu parceiro ou sua parceira com outra pessoa

Quando surgiu a monogamia?

Alguns biólogos acreditam que a monogamia surgiu na Era das Cavernas entre os bípedes há 4,5 milhões de anos atrás. No entanto, o hábito da união conjugal se tornou regra somente entre os homo sapiens, entre 10 a 20 mil anos atrás. 

Na Idade Média, com o advento da igreja católica e o incentivo aos matrimônios, a monogamia se tornou o modelo mais difundido na sociedade. Tanto que os colonos portugueses replicaram esses costumes no Brasil, incentivando casamentos entre os indígenas e os homens brancos. 

A monogamia surgiu para facilitar a criação da prole, contribuindo para a reprodução humana. Era uma questão de sobrevivência. 

Apenas 5% a 8% dos mamíferos são monogâmicos, possuindo um parceiro fixo para a vida toda.

Como funciona a poligamia?

Poligamia é um sistema social onde o homem pode ter mais de uma mulher, em algumas culturas a mulher também pode ter mais de um marido. Mas é mais comum o primeiro modelo. Quando uma mulher que se casa com dois homens ou mais é chamado de poliandria. Esses sistemas envolvem uma relação de dominância sob um gênero, geralmente o dominante é o masculino. 

Poligamia é diferente de traição, pois ambos sabem da existência de outros casamentos e tem consciência deles. Em algumas religiões a poligamia é incentivada e permitida, em alguns países a poligamia é aprovada pela lei. 

Como saber se você é poligâmico? 

Poligamia implica em um casamento com uma ou mais pessoas, portanto, uma pessoa poligâmica:

  • Não se sente à vontade com as normas tradicionais
  • Sente atração física e afetiva por mais de uma pessoa
  • Se sente bem tendo mais de uma parceira ou parceiro sexual
  • Não se satisfaz com apenas um parceiro ou parceira sexual

 
Poligamia é crime?

No Brasil, não há uma legislação direta para a poligamia, porém há um artigo sobre bigamia, ou seja, ter dois casamentos ao mesmo tempo. 

Ele se encontra no código penal brasileiro, na parte de crimes contra a família, mais especificamente em crimes contra o casamento. 

Art. 235 – Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena – reclusão, de dois a seis anos.

  • 1º – Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
  • 2º – Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.

Portanto no Brasil a poligamia é considerada crime. 

Em quais países a poligamia é permitida?

  • Arábia Saudita: Na Arábia Saudita a poligamia não é crime, na verdade, é uma prática comum. O homem pode casar com mais mulher, contanto que as trate com equidade. 
  • Tanzânia: nesse país também é legalizada a poligamia, no entanto, na hora do casamento o casal deve indicar o que pretende ser, monogâmico, poligâmico ou potencialmente poligâmico. 
  • Estados Unidos da América: nos Estados Unidos a poligamia é proibida, porém, algumas religiões dentro do país a incentivam. Acredita-se que o homem que tem muitas esposas chegará ao céu. 
  • Sudão: no país a poligamia é incentivada. O presidente do Sudão incentivou vários casamentos para aumentar o número de pessoas no país. Inclusive, no Sudão apenas os homens podem escolher se divorciar. 
  • Nepal : no Nepal a poligamia é crime, mas em algumas tribos as mulheres possuem mais de um marido. Observa-se um caso de poliandria. Isso acontece por questões econômicas de divisão de terras. 

Apesar de serem muito diferentes da nossa cultura, essas culturas devem ser respeitadas. 

A não monogamia não é uma forma de evitar compromisso, afinal, ela também envolve ajustes. As pessoas que escolhem a não monogamia não estão confusas, é um estilo de vida muito válido. A não monogamia não é promiscuidade, nem um transtorno. As relações abertas não acontecem somente entre pessoas jovens, pessoas casadas há anos podem se envolver em relações não monogâmicas. Para as pessoas que vivem em não monogamia não existe par ideal, existem pessoas que podem contemplar características que elas admiram em um parceiro ou parceira.


Existem várias formas de amar, várias formas de sentir e se relacionar com outras pessoas. Tradicionalmente acreditava-se que existia apenas a monogamia, mas a monogamia não garante a fidelidade completa e absoluta. Portanto, é melhor ser sincero (a) com o (a) parceiro (a) e conversar sobre a atração que sente por outras pessoas.Ninguém pode julgar a forma de amar do outro. Se a pessoa se sente bem num trisal, se sente bem com seu marido saindo com outras mulheres, não é da conta de ninguém, cada um deve ter liberdade para viver sua vida como se sente bem, sem magoar ninguém no meio do caminho. O importante em qualquer tipo de relação é o respeito, honestidade, cuidado, zelo com o outro. 

Um relacionamento pode ter volta?


Nada como o tempo para mudar sentimentos, pessoas, lugares. Toda experiência traz conhecimentos e aprendizados que geralmente levamos para a vida, com os relacionamentos não é diferente, aprendemos a ser mais tolerantes, mais pacientes, mais maduros e pode, sim, haver uma mudança real após o término de uma relação. 

Durante a pandemia, muitas pessoas retomaram o contato com seus (suas) ex, a solidão junto com a carência, a incerteza trazida pela pandemia e a falta de contato físico com as pessoas causada pelo isolamento são alguns dos motivos. Queremos voltar para o que é familiar, o que é conhecido por nós e nessa busca acabamos por resgatar laços antigos. 

O casal Ben Affleck e Jennifer Lopez se separou em 2005 e 17 anos depois resolveram reatar o relacionamento. O casal tornou-se a sensação da mídia, causando nostalgia em muitas pessoas que torciam por eles no passado. 

Pensando nessa perspectiva, voltar um antigo relacionamento pode ser uma aventura tentadora, como também, pode ser algo destrutivo. As mágoas do passado podem vir à tona, bem como, o sentimento de paixão que o outro reacendeu. 

Se os dois estiverem dispostos a fazer dar certo, esquecerem mágoas do passado e trabalhar duro, o relacionamento pode valer a pena. 

Mas atenção! Antes de voltar com o ex ou a ex, é necessário se perguntar porque está retomando aquele laço do passado, se é porque foi significante, se é por carência, se é porque repete os padrões do passado, se é porque ainda ama e quer dar uma nova chance. A sua decisão deve estar em congruência com a vida que você vive agora. 

Sinais que um relacionamento tem volta:

  • Vocês terminaram bem um com o outro, ou o conflito do término não faz mais sentido agora
  • Você nunca deixou de pensar naquela pessoa e de imaginar o que ela está fazendo
  • Sua família sempre questiona porque vocês terminaram
  • Quando o relacionamento terminou ainda existia amor 
  • Se você sente que a pessoa mudou em algumas questões pontuadas anteriormente 
  • Quando a comunicação é retomada, você sente aquela felicidade antiga retornar
  • Os dois assumem os erros do passado e pretendem consertar

Relacionamentos que voltam depois de anos 

Um dos fatos que atrai as pessoas para relacionamentos antigos é saber onde está se metendo, ter previsibilidades dos atos daquela pessoa. As diferenças entre o casal já não são uma novidade e talvez agora haja mais maturidade para resolver. Não é como conhecer alguém novo, onde a confiança é construída, onde a imprevisibilidade dos fatos pode gerar expectativas demais. 

Mas e os amigos e familiares? Será que aceitam bem a volta do casal? É outra questão a se considerar quando pretende voltar com alguém, se a família se dá bem com a pessoa é uma festa a volta, um acontecimento. Mas se a família e os amigos não se dão bem com a pessoa, é natural que o relacionamento seja motivo de julgamentos e comentários, o mal-estar causado com pessoas importantes da sua vida vale realmente a pena? É outro ponto a ser questionado.  

Um casal, por exemplo, que namorou durante o período escolar e depois de 5 anos voltam a se encontrar, possuem outra maturidade, outra relação consigo mesmos e com os outros , outra visão sobre a vida, é uma questão de reacender a atração e resolver antigos problemas. Ou seja, eles percebem o que mudou um no outro durante o tempo que estiveram separados. 

Outro exemplo pode ser um casal que se separou porque o outro foi fazer faculdade em outro estado ou país, e depois de terminado o curso, os dois se reconectam e resolvem voltar. O problema principal do término era à distância e esse já não existe mais, permitindo os dois reatarem do ponto de onde pararam.

Um casal que se separou por brigas no casamento depois de dez anos resolve voltar, a ideia não agrada muito aos filhos do casal, pois viam constantemente as brigas dos pais, mas apoiam e incentivam a felicidade deles. Nesse ponto, um casamento desgastado voltou depois de anos, eles se acalmaram, mudaram e talvez o motivo da briga nem faça mais sentido para eles. 

Hoje com as redes sociais é possível retomar contato com pessoas que não víamos há anos. O poder de aproximar pessoas com diferentes histórias e diferentes vidas está na internet.  

Relacionamento desgastado em volta?

Sim e não, a resposta é relativa. Quando terminamos um relacionamento é difícil aceitar e seguir em frente e ficamos tentados a retomar do ponto onde terminou. Nesse momento a vontade de se reconciliar pode aparecer. É necessário saber o quanto aquele relacionamento te magoou. Qual foi o motivo da mágoa? Se for uma pessoa tóxica para você é melhor repensar se o relacionamento tem volta, pois ele pode trazer de volta antigos traumas e dores, tornando muito difícil a volta sem brigas e discussões. 

Alguns pontos precisam ser revistos como: a comunicação, os motivos das brigas, ciúmes, inseguranças, as expectativas. Tudo deve ser comunicado, mas lembre-se de comunicar sem agressões caso queira realmente voltar. A comunicação não violenta é a melhor saída sempre.

Sinais que o relacionamento não tem volta

O relacionamento foi tóxico, houve agressões, intimidação, perseguição: quando há agressão física, verbal e psicológica a relação não tem volta, não volte para o que te magoou. 

O relacionamento te deixou gatilhos e traumas: quando o (a) ex é motivo de seus traumas e gatilhos e desperta eles, não é saudável ficar perto daquela pessoa. 

Houve traição: você não perdoou a traição, ou foram inúmeras traições com promessas de mudança. 

Sempre que vocês se comunicam há brigas: vocês mantêm contato apenas para se ofender, troca de farpas e indiretas. Quando a comunicação é nociva é sinal de que não há volta. Quando é assim, o melhor para o seu psicológico é não fazer contato. 

O relacionamento acaba e volta com muita frequência: quando há idas e vindas, o melhor a se fazer é cortar qualquer tipo de contato. 

Houve dependência emocional: se vocês eram dependentes emocionalmente, o melhor a se fazer é não retomar o relacionamento, pois podem voltar para o ponto onde estavam. 

Vocês não possuem mais respeito um pelo outro. 

A pessoa agiu violentamente com o fim do relacionamento: se a pessoa agiu assim, pode haver ressentimentos que ao menor sinal podem ser reacesos, então para a saúde mental dos dois o melhor a fazer é viver suas vidas separados.

Há terceiras pessoas que podem se magoar: se há filhos no relacionamento é uma decisão que deve ser muito bem pensada.

Como dar a volta por cima em um relacionamento desgastado?

 
Certo, mesmo depois de um relacionamento desgastado, vocês decidiram voltar. E agora? 

Num relacionamento desgastado ocorrem muitas brigas, o casal se afasta gradativamente, não há intimidade ou diálogo e a confiança é escassa. 

  • Dê tempo ao tempo, é um conselho clichê, mas funciona, vá com calma, não tente pular etapas e lembre-se do que deu errado na relação anterior. 
  • Não forçar conversas, lembre-se que tudo deve ser natural, se é preciso forçar alguma coisa é porque não há interesse de uma das partes. 
  • Procure fazer atividades sozinho (a). Nesse tempo separado o ideal é se redescobrir, entender os hobbies e atividades que te façam bem. Evitando dependência emocional. 
  • Perdoar é perdoar, não jogar na cara na primeira discussão, pense que perdoar é importante para seguir o caminho a dois, não use isso como pretexto para voltar e depois jogar na cara da pessoa. 
  • Saiba diferenciar os sentimentos. Pode ser amor, carência, medo de ficar sozinho (a). Por esses motivos, todo cuidado é pouco para não magoar a pessoa e se magoar novamente. 
  • Sentem e conversem sobre o passado, vejam se podem deixar o passado para trás. Se há mágoas, ressentimentos, exponham tudo nessa conversa.
  • A palavra de ordem é recomeçar, o recomecem a relação em tudo, se redescobrindo, entendendo os novos gostos, novos interesses, novos hobbies. 
  • Fazer planos em conjunto, se pretende viajar juntos, morar juntos, planejar o futuro é essencial para saber se as expectativas coincidem. 
  • Comunicar aos amigos, familiares e pessoas próximas sobre a volta. Não é uma tarefa fácil, podem haver diversas reações negativas.  É preciso sustentar a decisão e explicar os motivos, uma hora as pessoas vão entender. 
  • Fazer terapia de casal também pode ser uma opção para se comunicarem melhor e entender os sentimentos um do outro, o terapeuta como a figura de uma pessoa neutra pode ajudar a recuperar o relacionamento. 

Esteja preparado (a) para o que está por vir. Apesar de muitas histórias derem certo, nem sempre conseguimos recuperar relacionamentos desgastados. Para recuperar um relacionamento é necessário disposição, estar aberto (a) a entender que você pode se deparar com uma pessoa nova, que não é aquela que se apaixonou. E mais importante de tudo, para recuperar um relacionamento antes de tudo, recupere seu amor-próprio, seu autocuidado, recupere quem era antes de tudo acontecer. 

Relacionamento aberto

Quando duas pessoas em um relacionamento monogâmico (tem apenas um parceiro amoroso ou sexual), decidem conhecer e ficar com pessoas diferentes, acontece o relacionamento aberto. 

O que é um relacionamento aberto?

Ao contrário do que pensam algumas pessoas conservadoras, o relacionamento aberto não é bagunça e há uma série de regras que devem ser pré estabelecidas pelo casal para acontecer. 

Na nossa sociedade os relacionamentos entre duas pessoas sempre foram valorizados, a monogamia é a representação de um modo de vida que prezou sempre por um relacionamento tradicional, onde as duas pessoas prometiam fidelidade e amor uma à outra. Podemos ser uma geração moderna, mas nossos pensamentos não são tão modernos assim. 

A monogamia propõe fidelidade, exclusividade, compromisso e respeito. Mas o relacionamento monogâmico não está a salvo de traições e mentiras. Existem outras formas de se relacionar e se as pessoas forem sinceras e abertas umas com as outras, não há problema nenhum em vivê-las. 

Para acontecer o relacionamento aberto o casal precisa estar muito bem entre si, equilibrados, com uma boa comunicação e sintonia. É preciso ter maturidade emocional. Portanto, utilizar o relacionamento aberto como recurso para salvar um relacionamento é a pior opção. 

Antes de abrir um relacionamento há a necessidade de conhecer o limite do outro, de saber o que a pessoa gostaria ou não gostaria, quanto mais às claras forem expostas às regras, melhor o relacionamento. 

Caso o casal não entenda ainda o que quer, é preciso ir com calma e descobrir aos poucos o que agrada cada um.  O diálogo é a chave para qualquer relacionamento, seja ele aberto ou fechado. 

Algumas pessoas querem saber o que os parceiros fazem, outras não, os acordos variam muito. 

O relacionamento aberto nos faz pensar o quanto somos conservadores enquanto sociedade e tratamos o outro como nossa propriedade e não como seres humanos capazes de viver outras experiências. 

Tipos de relacionamento aberto

  • Relacionamentos abertos com múltiplos parceiros, quando ambos mantêm relações com outras pessoas, sejam relações sexuais ou afetivas.
  • Relacionamentos híbridos, quando um parceiro é monogâmico e o outro não é, num acordo feito entre eles. 
  • Relacionamentos livres, nos relacionamentos livres não há nenhuma hierarquia entre as relações, que podem ser mais de uma. 
  • Swinging, acontece quando há troca de casais de forma meramente sexual, o relacionamento principal permanece. 

Há outros formatos de relacionamentos diferentes com acordos diferentes entre os casais. Esses acordos são individuais. 

Regras de um relacionamento aberto

As regras são pré estabelecidas pelo casal e são cruciais para o relacionamento aberto dar certo, porém existem algumas regras que devem ser compartilhadas por todos os casais que possuem um relacionamento aberto. 

  • Respeito ao seu compromisso inicial, priorizar a convivência a dois e ter o espaço do casal para realizar suas atividades juntos.
  • Estabelecer limites, entender o que querem ou o que não, o que podem fazer sem magoar o outro. 
  • Ao menor sinal de ciúmes, converse. Ciúmes é normal, mas ciúmes em excesso, passando a perseguir o (a) parceiro (a), quando há sentimentos de inferioridade e problemas de auto estima, é necessário conversar. 
  • Escolher lugares onde ambos estejam confortáveis para se relacionar com outras pessoas, precisa ser um lugar neutro, que não tenha significado para o casal.
  •  Deliberar com quem o casal pode ficar. Estabelecer se pode ficar com pessoas desconhecidas ou com amigos da mesma roda, ex-namorados. 
  • Determinar se é somente sexo ou se pode envolver outros sentimentos. 
  • Avaliar como está o relacionamento, um relacionamento só pode funcionar se  o casal tiver maturidade emocional, souber o que quer para si e se estiver bem um com o outro.
  • Entender que o relacionamento aberto é um estilo de vida. Entender que realmente existem pessoas vivendo em não monogamia, não é uma bagunça generalizada ou algo imoral. É um estilo de vida como qualquer outro. 
  • Se proteger e realizar exames periódicos, é fundamental. A proteção previne doenças na vida do casal. A saúde é muito importante. 

Relacionamento aberto no namoro

  • “Meu namorado quer um relacionamento aberto, mas eu não tenho certeza sobre isso, e agora?”

Nem todas as pessoas são adeptas a um relacionamento aberto.  Algumas pessoas podem ser bem resistentes, na verdade. Mas o que deve ser feito é um termômetro do seu relacionamento. Se o relacionamento dá segurança, certezas e não dá espaço para desconfianças, pode ser um bom caminho conversar sobre isso. Entender as motivações para o namorado querer abrir o relacionamento, talvez porque não queira trair. 

Mas se o namoro te traz inseguranças, dúvidas ou se sua auto estima não está boa. Ter um relacionamento aberto neste momento não é bom.  Talvez após trabalhar as inseguranças e expor isso ao parceiro. 

  • “Minha namorada se envolveu com a pessoa que ela ficava. E agora?”

É muito difícil ver alguém que ama se apaixonando por outra pessoa. Mas pode acontecer. O ideal é sentar, conversar e perguntar a ela se quer continuar com o relacionamento de vocês ou se quer se separar. Ou se você aceita que ela viva um relacionamento com você e a outra pessoa ao mesmo tempo. Essa é a parte mais difícil. Mas em hipótese alguma fuja do problema ou se afastem, vocês precisam encarar o problema juntos. 

Relacionamento aberto no casamento

  • “Eu e minha esposa vivemos em um relacionamento aberto desde que nos casamos, contudo, eu quero fechar. E agora?”

As regras para o casamento são as mesmas que para o namoro. Primeiro, deve-se explicar para sua esposa porque quer encerrar esse ciclo. É medo de perdê-la? São ciúmes? É posse? Ou necessidade de ter um espaço a dois? Pode ser qualquer um dos motivos. Quando uma das partes não sente que deve manter o relacionamento aberto, é hora de fechá-lo para preservá-lo. Isso não impede que o relacionamento volte a ser aberto um dia quando o casal sinta necessidade. 

Relacionamento com uma pessoa em um relacionamento aberto

  • “Me relaciono com uma pessoa que vive um relacionamento aberto, como devo me portar com ela?”

Você deve respeitar o relacionamento da pessoa, conhecer as regras e não incitar a quebrá-las. Você deve saber que a pessoa tem um relacionamento principal e se conformar com isso. Não se deve persuadir a pessoa a largar o seu parceiro ou parceira, isso é agir de má- fé, porque você já sabia as condições estipuladas no relacionamento ao se envolver. 

Vantagens do relacionamento aberto

  • Sentir desejo por outras pessoas sem culpa. 
  • Não ser traído (a): Traição pode ocorrer no relacionamento aberto somente se quebrarem as regras estabelecidas. 
  • O relacionamento não vai cair na rotina. 
  • Aprender com novas experiências como agradar o (a) parceiro (a). 
  • Mais liberdade para sair sozinho (a) ou com amigos.
  • Conhecer pessoas novas e viver novas experiências. 

O casamento aberto de Jada e Will Smith

Um exemplo de casamento aberto é de Will Smith e Jada Pinkett Smith. Os dois estão juntos há 23 anos.  O ator relatou que a escolha partiu de Jada e os dois mantêm relações sexuais com outras pessoas.  Em seu livro, Will relatou que ele e Jada não poderiam ser responsáveis pela felicidade um do outro e abriram o relacionamento. 

Numa entrevista, Jada explicou que Will era dono de si e poderia fazer o que quisesse com quem quisesse, assim como ela. Alguns dos relacionamentos e casos que eles tiveram inclusive se tornaram públicos. Ela nunca concordou com o título de esposa e as regras do matrimônio. Os dois acreditam que o casamento não pode ser uma prisão.  

O casamento aberto dos dois virou uma polêmica, tanto que um dos casos de Jada foi exposto e passaram a fazer perguntas indiscretas para os dois.  Apoiadores do casal chegaram a fazer uma campanha no Twitter, para deixá-los em paz e não realizarem mais perguntas indiscretas sobre seu relacionamento. 

Algo tão comum não deveria causar espanto ou alvoroço. O importante é a felicidade deles e mais nada.  O relacionamento aberto não é uma anomalia ou digno de estranheza, é mais comum do que se imagina e devemos respeitar os casais que escolhem ter um relacionamento aberto. 

Muitas pessoas que vivem um relacionamento aberto questionam sobre o machismo sofrido “ que sorte a dele por poder ficar com outras pessoas” ou então “ você vai deixar a sua mulher ficar com outro?”, a falta de compreensão das pessoas é o que gera mais preconceito. 

Mas é importante alertar, não veja o relacionamento aberto como uma solução para os problemas da relação.  Se o casal está de acordo, ninguém deve se intrometer sobre a melhor forma de se relacionar. Alguns vivem na monogamia, outros na não monogamia e está tudo bem. O importante é ter maturidade emocional e comunicação. 

Não monogamia é sobre pessoas insatisfeitas com o modelo tradicional de relacionamento exclusivo entre duas pessoas que juram amor eterno e vivem felizes para sempre. 

Relacionamento aberto não tem nada a ver com falta de amor, e sim com o amor disposto a conceder e abrir espaço para outras pessoas na relação. O relacionamento aberto concebe outras formas de demonstrar cuidado e confiança. 

Relacionamento tóxico

Relacionamentos podem são difíceis e complicados, nos envolvemos emocionalmente, nos vemos encantados pela pessoa, que qualquer traço nocivo pode passar despercebido. Queremos tanto que dê certo que por vezes vamos ao limite das nossas emoções. Porém, às vezes esse limite pode te deixar sequelas psicológicas e emocionais terríveis, é o que ocorre num relacionamento tóxico. 

O relacionamento tóxico deixa marcas que podem perdurar pela vida toda. Os sinais, às vezes, são tão sutis que muitas pessoas confundem com uma paixão avassaladora ou até mesmo “personalidade forte”. Depois que evolui para uma dependência emocional pode ser tarde demais, portanto é importante identificar os sinais e agir sobre eles. 

A ideia da sociedade de que precisamos aguentar tudo por amor, que um relacionamento não é fácil e sempre tem desentendimentos podem levar muitas pessoas a suportarem situações nocivas em nome do amor. 

O que é um relacionamento tóxico? 

O relacionamento tóxico é um relacionamento onde não há apoio emocional, a comunicação é falha ou escassa, onde os conflitos são constantes, há desrespeito e invasão do espaço do outro.

Sim, sabemos que todo relacionamento tem altos e baixos, mas no caso do relacionamento tóxico os conflitos são constantes e torna-se desagradável para as pessoas que estão dentro dele. Tem mais momentos desafiadores, do que instantes prazerosos. 

O relacionamento tóxico é uma prisão para quem vive nele, porque apesar de passar por todos os abusos, a pessoa mantém dependência emocional e não consegue se livrar. 

Os relacionamentos tóxicos podem ocorrer entre membros da família, entre amigos e em ambientes profissionais, não só no âmbito romântico. 

Os 4 ciclos do relacionamento tóxico

Quem passa pelo relacionamento tóxico experimenta 4 ciclos que passam a ser a rotina do casal. Quando passa a fase do encantamento, persiste a fase dos abusos até o fim da relação ou descarte da pessoa por parte do abusador.

  1. Primeiro surgem momentos de tensão, onde a pessoa evita qualquer situação que vá gerar uma briga, chegando a se anular na relação para que não haja nenhuma manifestação negativa do (a) parceiro (a). A pessoa sente que é função dela apaziguar a relação. 
  2. Depois ocorrem os incidentes, brigas, discussões que levam até o abuso verbal, psicológico e até mesmo físico. Começa com xingamentos, chantagens emocionais, proibições, gritos, vitimização, intimidação, arremesso de objetos, segurar a pessoa de forma agressiva. 
  3. Em seguida vem a reconciliação, a pessoa abusiva se desculpa pelo comportamento, criando formas de justificá-lo. O alvo é levado a acreditar que é culpado (a) por tudo que acontece e, portanto, precisa perdoar a pessoa. A minimização do evento é comum nesse momento.
  4. A fase da calmaria na relação é um alerta, pois faz o alvo dos abusos crer que exagerou, que aquilo pode não ter sido real, que apesar de tudo seu relacionamento é bom e que sua relação pode renascer novamente. 

É questão de tempo para que a relação volte à fase 1 do ciclo.  

Frases faladas em um relacionamento tóxico

  • “Se você não fizesse tal coisa, não estaria assim”
  • “Você precisa mudar porque assim não dá pra continuar”
  • “Eu te amo, mas…”
  • “Não foi nada, você está exagerando”
  • “Se a gente terminar, nunca ninguém vai gostar de você como eu”
  • “Você não vai conseguir sem mim”
  • “Só eu pra te agüentar”
  • “A culpa é sua!”
  • “Eu sou seu (sua) único (a) amigo (a), você não precisa de amigos”
  • “Não quero que você saia mais com tal pessoa”
  • “Você também não faz nada direito”
  • “Eu sinto ciumes porque te amo”
  • “Você vai sair assim?” 

Como identificar esse tipo de relacionamento?

Além das frases ditas, é preciso identificar os comportamentos comuns em um relacionamento tóxico, para que as pessoas possam reconhecer ou se perceber em um. 

  1. O respeito é mínimo ou inexistente: o (a) parceiro(a) não respeita sua autonomia, suas vontades, seus desejos, deixa de reconhecer a pessoa como parte importante do relacionamento. 
  2. Seu (sua) parceiro (a) tem um discurso narcisista: uma pessoa narcisista só pensa em si, tem atitudes pensando somente em benefício próprio, esquecendo que está numa relação e é necessário pensar em ambos. 
  3. Dificuldade em assumir a culpa: se o parceiro ou parceira não assume a responsabilidade por seus atos, pondo a culpa em fatores externos, nunca tomando a responsabilidade para si. 
  4. Falta de comunicação: um relacionamento sem comunicação, sem exposição dos sentimentos, é um relacionamento fadado ao fracasso. A comunicação é escassa quando há medo de falar algo que possa ferir ou gerar uma briga, a pessoa está sempre pisando em ovos ao falar alguma coisa. 
  5. Falta de apoio: o (a) parceiro (a) não apoia seus projetos ou faz pouco caso das suas conquistas. 
  6. Falta de auto cuidado: a pessoa que passa por um relacionamento tóxico não sente mais vontade de se cuidar, perde a vontade de fazer atividades que antes dava prazer, não tem sonhos próprios, adia ou procrastina as metas. 
  7. Sentimento de culpa constante: a pessoa que sofre com um relacionamento tóxico sente culpa pelas brigas ocasionadas no relacionamento. 
  8. “Troca de farpas constantes”: acontece quando o casal faz questão de ferir o outro, com indiretas, lembranças de situações desagradáveis ou frases negativas. 
  9. A relação exalta apenas os seus defeitos: a pessoa sente que a relação traz o que tem de pior dela à tona. 
  10. A pessoa pensa em terminar várias vezes ou há vários términos e voltas repentinas: se há ameaça de términos constantes no relacionamento ou términos, essa gangorra de emoções é nociva a sua saúde mental, é preciso sentar e conversar de forma sensata e madura sem a necessidade de romper o relacionamento várias vezes. 

Consequências do relacionamento tóxico

Um relacionamento tóxico deixa marcas na vida da pessoa que se não cuidadas podem dificultar sua vida social e pessoal. 

As principais consequências são:

  • Baixa auto estima 
  • Depressão 
  • Ansiedade 
  • Fobia social (não sentir vontade de sair de casa, ficar ansiosa ao pensar que vai sair de casa)
  • Crises de pânico (falta de ar, taquicardia, principalmente ao pensar nos eventos traumáticos do relacionamento)
  • Sentimento de culpa (por terminar um relacionamento mesmo gostando da pessoa)
  • Anedonia (falta de prazer em realização de atividades cotidianas, a vida passa pela pessoa sem ela perceber)
  • Projetar os acontecimentos vividos na relação tóxica em outros relacionamentos 


Como sair de um relacionamento tóxico?

O passo inicial é se reconhecer dentro de uma relação tóxica, o que já configura um desafio. Depois disso, buscar ajuda de pessoas próximas e de um psicólogo é fundamental, pois sair de uma relação onde há dependência emocional é desafiador e doloroso. 

Pedir ajuda não é fraqueza, é um sinal de força, autoconhecimento e amor-próprio. É muito importante ter um sistema de apoio formado por familiares ou amigos. 

Cortar laços com o (a) parceiro (a) é outro passo imprescindível, tanto em redes sociais como pessoalmente. Manter contato dá ao outro o poder de recriar novamente o ciclo tóxico e dificulta as chances da pessoa recomeçar a vida. 

Muitas pessoas que passam por um relacionamento tóxico acreditam que a vida gira em torno dele, que sem ele não tem mais nada e é essa ideia que prende as pessoas a relações tóxicas. 

Portanto, reviver planos, metas e traçar novos caminhos são fundamentais. 

Como sair desse relacionamento com filhos?

Uma terapia familiar pode auxiliar a entender como essa relação se desenhou e como chegou às dificuldades existentes hoje. E também identificar as atitudes de ambos que estão gerando conflitos familiares.  A comunicação não violenta é um passo importante, principalmente quando se mora com o filho, transformando o que poderia ser uma briga em uma conversa saudável. 

Como superar um relacionamento tóxico?

A pessoa que sofre um relacionamento tóxico sofre também com o término, o rompimento é uma das partes mais difíceis, pois significa se afastar da figura de dependência. Portanto, a pessoa passa a não confiar nas figuras de afeto, imaginando que todos os relacionamentos vão ter resquícios daquele que se foi. Além disso, a pessoa precisa resgatar sua auto estima e respeito por si mesmo, principalmente se resgatar, se auto descobrir, entendendo do que gosta e do que não gosta, voltando a fazer atividades que não fazia durante o relacionamento. É necessário focar na independência, bem-estar e autocuidado nessa fase, portanto, a terapia pode ajudar muito durante esse processo. 

Pode ser difícil para a pessoa que sofreu com um relacionamento tóxico se resgatar, voltar a ser a pessoa que era antes e até mesmo voltar a conhecer pessoas novas. Relacionamentos são feitos de momentos de emoção, alegria e calma, relacionamentos exigem respeito, cuidado e atenção. Para recomeçar a vida é preciso se livrar de toda culpa, de toda carga emocional gerada pelo relacionamento tóxico, dedicar tempo a si e as coisas prazerosas da vida. 

Como terminar um relacionamento?

Terminar um relacionamento não é uma tarefa fácil, os momentos bons, as horas difíceis, os momentos de paixão, tudo isso passa pela cabeça da pessoa que vai terminar.

Afinal, ter aquela pessoa do seu lado a todo instante é o oposto de presenciar essa pessoa saindo da sua vida. Mas quando se percebe que o relacionamento acabou, protelar o término pode ser mais doloroso do que o término em si. Se o relacionamento não te faz bem, não te faz crescer ou até mesmo o amor acabou, terminar é a melhor solução.

Às vezes aquela pessoa não cabe mais na sua vida e é simplesmente assim. Terminar também é uma forma de luto em nossas vidas, portanto, é preciso tomar cuidado com a forma como terminamos um relacionamento, como expressamos nossas emoções e como agimos no pós término. 

Ao usar a comunicação não violenta, pode ser possível terminar o relacionamento de uma forma saudável e assertiva, respeitando primeiramente a relação que se foi. 

Primeiro é preciso pensar se o término é realmente a solução e se a vontade de terminar prevalece.

Há vários motivos para o término. Tem pessoas que terminam devido à distância, por causa da pressão da família, pelo fim do amor por aquela pessoa, pela pessoa não ser aquilo que imaginava, pelo teor tóxico do relacionamento, por excesso de ciúmes, por traição, por diferenças gritantes entre o casal. E qualquer um desses motivos causa dor. Às vezes o amor não é o suficiente e o fim pode ser muito doloroso. 

Quando terminar um relacionamento?

  • Quando não faz mais sentido para você estar com essa pessoa, o amor acabou e ficou somente uma amizade.
  • Quando a pessoa te trata mal, não se importa com sua opinião,  faz você se sentir culpada (o).
  • Quando você já expressou seu desejo de mudança para o (a) parceiro (a) e ele (a) não mudou. 
  • Quando há agressão física ou verbal.
  • Quando há manipulações e jogos de poder.
  • Quando há desrespeito ao relacionamento e traições.
  • Quando não há mais confiança ou limites. 
  • Quando a comunicação é violenta e machuca as duas pessoas.

Como terminar gostando da pessoa?

Primeiramente pense nos prós e nos contras da decisão, já pensou? Então o próximo passo é se manter firme em sua decisão. É preciso tomar cuidado para não magoar uma pessoa que você ama e se magoar.

Uma das estratégias comuns e mais negativas utilizadas pelas pessoas é ir tratando a pessoa mal com o objetivo que ela termine com você. Além de destrutivo para você e a pessoa que gosta, torna o término ainda mais traumatizante. Portanto, ao terminar com uma pessoa que gosta:

  • Utilize uma linguagem simples e clara, sem rebuscar. 
  • Seja firme, não ceda a chantagens emocionais e manipulações.
  • Expresse seus sentimentos de forma saudável, sem machucar o outro com palavras.
  • Assuma responsabilidades, não jogue toda a culpa nas atitudes que levaram ao término com o parceiro.
  • Fale na primeira pessoa para que a pessoa entenda que é seu sentimento sobre a relação, não uma generalização.
  • Seja empático (a), escute o que a pessoa tem a dizer, a perspectiva dela sobre os acontecimentos também é importante.
  • Agradeça por tudo que passaram juntos, por tudo que a pessoa te deu e ensinou, isso é importante para seguir em frente sem ressentimentos. 
  • Dê um espaço para a pessoa assimilar tudo que está acontecendo, sem manter o contato constante que mantinham durante a relação. Não é parar de falar de vez, mas não criar falsas esperanças de volta. Se a pessoa falar com você, fale normal, não ignore nem seja hostil.

Frases para terminar um relacionamento

Em hipótese alguma diga a frase “não é você, sou eu”, além de ser clichê, não deixa pistas para a pessoa do que aconteceu para haver esse término. Nem frases que possam magoar a pessoa como “não te amo mais”, “esse tempo não significou nada para mim”. Por isso é importante, não terminar com raiva da pessoa, entender que é um ciclo da sua vida que foi importante para o seu crescimento, mas passou e agora precisa dar espaço para uma nova fase. Bons exemplos de frases para se usar num término:

  • “Nesse tempo eu percebi que preciso cuidar mais de mim. E que não há espaço para um relacionamento.”
  • “Eu fiquei feliz pela forma como nossos caminhos se cruzaram, mas agora não me sinto bem dentro desse relacionamento, eu sinto muito por terminar nossa relação assim, mas é a forma que me sinto.”
  • “Eu me sinto mal quando você me trata de tal forma, portanto acho melhor colocarmos um ponto final”
  • “Eu estou me sentindo sufocado (a) dentro da relação e preciso de um tempo para cuidar de mim”
  • “Você foi uma pessoa muito importante na minha vida, todos os momentos que vivemos foram importantes pra mim, mas neste momento não podemos continuar, sinto que preciso fazer essa jornada sozinha (o), mas agradeço por tudo que vivemos e por tudo que você me proporcionou.”
  • “Nesse momento sinto que não somos bons um para o outro como fomos antes, estamos nos magoando e precisamos traçar caminhos separados. Mas eu respeito você e tenho um carinho muito grande por tudo que passamos.”

Como terminar um relacionamento morando juntos?

Antes de tudo, terminar quando se mora com a pessoa requer planejamento. Ao terminar um relacionamento com uma pessoa que mora junto, é necessário saber para onde vai após o relacionamento. Entender como irá se reestruturar. Se a casa está no nome da pessoa, se compraram juntos, se dividem o aluguel. Tudo isso deve ser pensado. Talvez ficar na casa de um amigo ou parente até encontrar um local novo. O principal é: não ficar no local onde o término aconteceu, pois pode gerar grandes conflitos internos e externos. Ao pedir para o parceiro se retirar, precisa haver uma comunicação clara e positiva. Se o apartamento foi comprado pelos dois, é preciso ver coisas burocráticas, infelizmente, como vender e ver se o valor pode ser dividido por dois.

Como terminar um relacionamento por Whatsapp?

Há casos onde terminar à distância é a melhor solução, mas não em todos. Terminar por mensagem é uma forma mais impessoal, mas em casos como violência física ou psicológica, dificuldade em expressar seus sentimentos perto da pessoa, relacionamentos à distância, pode ser mais efetivo. 

Terminar por mensagem segue os mesmos passos que terminar pessoalmente:

  • Valorizar os momentos bons que viveram. 
  • Assumir a responsabilidade por suas ações.
  • Comunicação não violenta (expor os motivos sem agressão verbal ou sarcasmo).
  • Agradecer pelo período que estiveram juntos. 
  • Tratar o (a) parceiro (a) da forma que gostaria de ser tratado (a).

 Lembrando que o olho no olho sempre é a melhor forma de terminar um relacionamento, pois temos a oportunidade de expressar nossos sentimentos e se comunicar de forma mais efetiva. Portanto, o término por mensagem deve ser a última opção.

Como superar o fim de um relacionamento de forma saudável?

Não há uma fórmula mágica, nem tempo exato para a duração do sentimento de perda, contudo há formas de ser menos doloroso para ambos. É normal sentir dor, tristeza, choque, sentimento de vazio ou desamparo.

  • Permita-se sentir o que está sentindo, não acelere a superação, pois é algo gradual. Deixe os sentimentos virem à tona e exponha sua dor. Se possível consulte um psicoterapeuta para te ajudar nesse processo. 
  • Deixe que os sentimentos venham, mas não que te inundem. Encontrar o justo equilíbrio entre as emoções.  Apoiar-se em pessoas que gosta também é uma estratégia, dar a volta no parque com um amigo, tomar um café, ver um filme no cinema ou até mesmo sentar apenas para falar amenidades.
  • Resgate coisas que fazia antes da relação, resgate a pessoa que era, hobbies antigos, atividades físicas, tudo que faça bem. 
  • Evite agravar o problema indo a festas com o objetivo de ficar com outras pessoas, beber demais, fumar demais ou se recostar em vícios como apostas e compras. Tudo em excesso pode danificar o processo de cura. Ir a festas pode ser uma boa estratégia para se divertir e se distrair, mas não de forma exagerada.
  • Evite engatar um relacionamento logo depois de terminar, realmente às vezes após um término podem aparecer pessoas maravilhosas, mas cuidado em magoar essas pessoas e a si próprio. Se ainda não esqueceu o ex, se relacionar com alguém novo é um erro. 

O importante é continuar acreditando no amor. Não é porque um relacionamento não deu certo, que os outros estão fadados ao mesmo fim. Nunca diga “nunca mais vou me relacionar com ninguém”, porque pode estar perdendo de conhecer pessoas incríveis em lugares incríveis que vão te dar um relacionamento positivo e saudável. De um relacionamento pode florescer coisas positivas, desde que ele seja saudável e faça bem.

Relacionamento abusivo

Atualmente uma Trend no Famoso aplicativo de vídeos do Tiktok me chamou atenção enquanto profissional “Qual a pior coisa que o seu ex já fez e você perdoou?” entre traições, manipulações e mentiras, encontramos diversas pessoas, entre homens e mulheres, que já passaram por situações degradantes e hoje compartilham suas histórias nas redes sociais. 

Essa Trend nos instiga a pensar sobre a importância de identificar os sinais de relacionamento abusivo. O mito romântico de “tudo por amor”, “o amor supera tudo”, “se não dói não é amor” é o que faz homens e mulheres buscarem relações que maltratam, desgastam e trazem marcas para a vida toda. 

A vítima de relacionamento abusivo pode ser homem ou mulher independente do relacionamento ser heteronormativo, ou homoafetivo. Porém, temos muito mais acessos a casos de relacionamentos heteronormativos, onde o homem exerce a violência contra a mulher, devido ao machismo existente em nossa sociedade. 

O que é relacionamento abusivo? 

É o tipo de relacionamento onde uma pessoa exerce poder sobre a outra de forma excessiva, controladora e manipuladora, com ações e palavras na tentativa de subjugar e humilhar. 

Na maioria das vezes é difícil de identificar, pois vem disfarçado de excesso de carinho, cuidado e zelo, mas cuidado! São essas diferenças sutis que fazem o relacionamento abusivo ser difícil de ser detectado, pois quando a pessoa sofre uma violência física é possível ver as marcas deixadas em seu corpo, mas a violência psicológica não é visível a olho nu, apesar de ter consequências devastadoras.

Tipos de relacionamentos abusivos

  • Abuso sexual

O abuso sexual ocorre quando a pessoa é forçada a realizar o ato sexual, fazendo-o somente para agradar ao parceiro ou evitar brigas. Caracteriza-se pelo uso de força física, chantagem, manipulação para fazer o ato.

  • Abuso físico 

Abuso físico ocorre quando há agressão física que deixam marcas no corpo da vítima, socos, tapas, empurrões, são abusos que vão contra a saúde e a integridade física. 

  • Abuso patrimonial 

O abuso patrimonial, apesar de pouco falado, ocorre quando o parceiro deixa a vítima em cárcere privado, impedindo-a de trabalhar, destrói seus documentos e objetos, além de ocultar bens e valores, é mais comum com mulheres. 

  • Abuso tecnológico

O abuso tecnológico existe o controle das redes sociais, do celular da vítima e das comunicações, o parceiro pode instalar aplicativos espiões para controlar a vítima. 

  • Abuso psicológico ou emocional  

O abuso psicológico ocorre quando a pessoa se sente inferior, sente a todo o momento estar pisando em ovos com seu parceiro, sente-se o tempo inteiro culpada por ações e fatos no relacionamento, tentando mudar seu jeito e comportamento para agradar o(a) parceiro(a) a todo custo. Criando uma relação de dependência emocional. 

A pessoa que sofre esse tipo de violência pode até perceber que há algo errado no seu relacionamento, porém o (a)abusador (a) consegue distorcer a realidade e a percepção da vítima de tal forma que ela se sente a responsável pelas atitudes negativas do (a)parceiro (a), desenvolvendo culpa e autodepreciação. 

Para disfarçar as manipulações, o parceiro ou parceira pode manipular a vítima dando presentes, sendo gentil ocasionalmente ou então fazendo declarações de amor nas redes sociais, ou em público, o que por vezes faz a família e os amigos se virarem contra a vítima, acreditando na história do abusador e questionando: o que você fez? Será que a culpa não é sua? 

Os abusadores geralmente são muito bons no que fazem, portanto, identificar os sinais é o primeiro passo para buscar ajuda. Ressaltamos ser muito importante que a pessoa procure um psicólogo, pois como a sua percepção da realidade pode ter sido alterada pelo abusador, tornando o término uma decisão difícil. Ou seja, a possibilidade de volta é muito grande. 

Para ajudar a identificar os relacionamentos abusivos é importante trazer algumas frases comuns que o abusador utiliza para manipular e humilhar a vítima. 

Frases faladas em um relacionamento abusivo

  • “Você é louca(o)”
  • “Eu sempre faço tudo por você.”
  • “Eu não quero que você saia com essa pessoa.” 
  • “Estou fazendo isso porque te amo.”
  • “Se não der certo comigo quem vai te querer?”
  • “Se você sair por aquela porta é melhor não voltar mais.”
  • “A culpa é sua, eu fiz isso por culpa sua “
  • “Não fale com seus amigos sobre nossas brigas, é coisa nossa “(geralmente utilizado quando a pessoa conta para os amigos a forma como é tratada pela pessoa).

Sinais e características do relacionamento abusivo

  • Ciúmes excessivos e monitoramento das redes sociais (se o parceiro ou parceira possui a senha das redes sociais, ou do seu celular e monitora constantemente procurando algo de errado, pode ser um indicativo fortíssimo de relacionamento abusivo).
  • Faz comentários sobre o corpo da pessoa ou forma de vestir, disfarçada de “brincadeiras”.
  • Proíbe a pessoa de ter amizades com pessoas do sexo oposto ou pessoas que considera uma ameaça. 
  • Términos constantes e voltas abruptas.
  • A pessoa que sofre com o relacionamento abusivo deixa de fazer o que quer para evitar brigas, fazendo todas as vontades do (a) parceiro (a).
  • A pessoa sente uma constante culpa por qualquer motivo, sempre tentando compensar o (a) parceiro (a). 
  • O abusador passa a invalidar as opiniões da pessoa. 
  • O abusador recusa-se a falar sobre coisas que incomodam a pessoa na relação. 
  • O (a)parceiro (a) por vezes pode apresentar casos extraconjugais ou demonstrar algum indício de traição.
  • O (a) parceiro (a) ignora ou exclui a pessoa das redes sociais quando brigam.
  • O (a) parceiro (a) sente inveja irracional das conquistas da pessoa e invalida as conquistas.
  • O (a) parceiro (a) faz chantagem emocional com a vítima (se você não fizer tal coisa, eu vou…)
  • Situações de agressão física ou descontrole emocional (arremessar algum objeto na parede, dar um soco na parede, bater a porta com força, acelerar o carro de propósito)
  • Fazer a pessoa se sentir obrigada a ter relações sexuais, mesmo contra vontade.
  • Existência de pouco ou quase nenhum afeto na relação. 
  • O (a) parceiro (a) por vezes pode aparecer com presentes ou dinheiro como forma de controle. 
  • Ameaça se matar caso a vítima queira terminar. 

Se você conhece alguém com esses comportamentos ou que está sofrendo um relacionamento abusivo, o ideal é não julgar e sim acolher essa pessoa, ouvindo-a e validando seus sentimentos. Afinal, é uma pessoa em um nível de sofrimento imenso. 

Como sair de um relacionamento abusivo?

O primeiro passo é tomar consciência de que está vivendo um relacionamento abusivo, o segundo passo é procurar ajuda de pessoas de confiança como amigos e familiares, o terceiro passo é procurar um grupo de apoio e psicoterapia. É necessário entender que por mais doloroso que esse processo seja, é normal sentir culpa, dor, tristeza, medo de ficar sozinha(o) para sempre. 

A pessoa que sofre com um relacionamento abusivo chega ao limite da exaustão física e psicológica, podendo manifestar problemas de saúde como depressão, ansiedade, mialgia, insônia, angústia, depressão, crise de pânico, pensamentos suicidas, compulsão alimentar e anedonia. Portanto, a psicoterapia auxiliará no fortalecimento emocional, no autoconhecimento, clareando as ideias, trazendo a vítima para a realidade e dando a oportunidade de tomar de volta o controle da sua própria vida. Além disso, o psicólogo é um profissional qualificado num ambiente seguro, longe de julgamentos.

Relacionamento abusivo é crime?

Na literatura jurídica, infelizmente não se encontra a tipificação do relacionamento abusivo como crime, porém a Lei Maria da Penha versa sobre a proteção da mulher sobre qualquer tipo de violência, reconhecendo o abuso emocional como uma forma de violência contra a mulher. A mulher que sofrer essa forma de violência pode denunciar na delegacia da mulher, porém por medo e intimidação muitas vezes essa denúncia não se concretiza. A pena para esse tipo de violência varia entre reclusão e multa. 

É possível sair dessa!

Por fim queremos salientar que a pessoa que sofre relacionamento abusivo não tem culpa, os abusadores são especialistas em manipulação e fazem a vítima acreditar que merece passar por todos os abusos. São pessoas que sabendo das suas inseguranças, as utilizam da pior forma possível, isso faz parte do jogo do abusador. 

Se você conhece alguém vítima de relacionamento abusivo, não julgue ou intimide essa pessoa com palavras, pois o sofrimento é tão grande que a negação se torna uma válvula de escape. A melhor forma de ajudar é com a escuta e empatia, auxiliando a pessoa em busca de uma saída. 

Muitas pessoas que sofrem relacionamento abusivo vivem traumas para o resto da vida e passam a desacreditar no amor e na existência de relacionamentos saudável, por isso é importante, resgatar a auto estima dessas pessoas, afinal todos nós merecemos viver o amor na sua melhor forma e não repitam padrões das antigas relações. Um relacionamento equilibrado faz as pessoas crescerem e serem felizes como são, existe comunicação aberta e valorização do outro. Amar não tem que ser doloroso, amar não tem que ser difícil, o amor é espontâneo, deseja muito e pede pouco, amar é viver.