Correr ajuda a reduzir a ansiedade e a depressão?

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Estudos científicos mostram que correr, independente da distância e intensidade, melhora o humor e a saúde mental, reduzindo a ansiedade e a depressão.

Ansiedade e a depressão

Nos últimos anos as doenças mentais vêm crescendo cada vez mais. Entre 2007 e 2017, os anos de vida vividos com incapacidades devido a problemas na saúde mental aumentou de 12,7% para 14% nos homens e 13,6% para 14,4% nas mulheres. 

  • Ansiedade

A ansiedade é caracterizada por pensamentos desconfortáveis ou perturbadores e geralmente é acompanhada por agitação, tensão e ativação do sistema nervoso. Exemplos de transtornos de ansiedade são fobias, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de estresse pós-traumático.

  • Depressão

A depressão é um transtorno do humor com períodos prolongados de baixo-astral e falta de interesse e/ou prazer nas atividades normais na maior parte do tempo.

A corrida como remédio para a ansiedade e a depressão 

Estudos compararam a saúde mental de corredores e não corredores. O corredores apresentaram: 

  • Menos depressão
  • Menos ansiedade
  • Menos stress
  • Melhor bem-estar
  • Melhor humor

Impacto da intensidade e distância da corrida na redução da ansiedade e depressão

Alguns dos estudos realizados:

  1. 10 minutos de corrida leve: melhora no humor 
  2. 30 minutos de corrida outdoor e em grupo: diminuição significante da depressão
  3. 60 minutos de corrida na esteira: melhora da energia e clareza mental
  4. 75 minutos de corrida leve outdoor: melhora significativa do humor

No geral, as evidências sugerem que correr na esteira, na pista ou ao ar livre e em grupo (2,5–20 km e 10–60 min) melhora a saúde mental. O tipo de corrida e a intensidade podem oferecer diferentes resultados positivos, mas não há grandes variações. 

Mas o que acontece fisicamente em nosso cérebro quando corremos?

Quando a gente começa a correr, nosso corpo passa por uma transição. A respiração fica pesada, o pulso acelera à medida que o coração bate com mais força para levar o sangue oxigenado para os músculos e o cérebro.

A cada passo o corpo libera hormônios chamados endorfina. E embora a endorfina ajude a evitar que os músculos sintam dor, é improvável que ela contribua para uma sensação de euforia ou para qualquer mudança de humor, como sempre acreditamos. Pesquisas mostram que a endorfina não ultrapassa a barreira do sistema nervoso central.

Essa sensação de relaxamento pós-corrida pode ser devido aos endocanabinóides – substâncias bioquímicas semelhantes à cannabis, mas naturalmente produzidas pelo corpo.

O exercício aumenta os níveis de endocanabinóides na corrente sanguínea. Ao contrário da endorfina, os endocanabinóides podem mover-se facilmente através da barreira celular que separa a corrente sanguínea do cérebro, onde essas substâncias que melhoram o humor promovem efeitos psicoativos, como redução da ansiedade e sensação de calma.

Os benefícios mentais não param quando você termina sua corrida – exercícios cardiovasculares regulares podem estimular o crescimento de novos vasos sanguíneos para nutrir o cérebro.  O exercício também pode produzir novas células cerebrais em determinados locais por meio de um processo chamado neurogênese, que pode levar a uma melhora geral no desempenho cerebral e prevenir o declínio cognitivo.

 “O exercício tem um efeito antidepressivo dramático”, diz Dr. Linden.  “Melhora consideravelmente a resposta do cérebro ao estresse físico e emocional.”

Além disso, descobriu-se que o hipocampo – a parte do cérebro associada à memória e ao aprendizado – aumenta de volume no cérebro dos praticantes de exercícios regulares. Outros benefícios mentais incluem:

  • Melhora a memória e foco 
  • Melhora a capacidade de troca de tarefas
  • Humor elevado

Ao tornar a corrida parte da rotina, ganharemos mais do que apenas ganhos físicos com o passar do tempo. 

O exercício voluntário é a melhor coisa que se pode fazer para retardar o declínio cognitivo que acompanha o envelhecimento.

Referências: https://www.mdpi.com/877322 e Johns Hopkins Medicine

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